Sérgio Camargo, ex-presidente da Fundação Palmares, perdeu a ação que movia contra Martinho da Vila após o cantor chamá-lo de “preto de alma branca” durante uma entrevista ao programa “Roda Viva” (TV Cultura) em 2021.
Camargo, que atualmente concorre a deputado federal por São Paulo, se manifestou no Twitter sobre a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal: “Fui agredido racialmente por Martinho da Vila. Processei-o por isso, mas perdi. Concluo que a Justiça entendeu que ele, por ser negro de esquerda, tem salvo-conduto para fazer ofensas raciais. Assim, surge mais uma jabuticaba no nosso ordenamento jurídico: o racismo protegido”, afirmou.
Na entrevista ao “Roda Viva”, Martinho criticou os rumos da Fundação Palmares sob o comando de Camargo, “bolsonarista radical”. E completou: “Ele é um preto de alma branca, como se diz. No duro, ele gostaria de ser branco. Ele acha que ele é branco. Ele se sente branco. E ‘tem que acabar com essas coisas todas de preto’.”
Na ação, Sérgio Camargo pediu a retirada da entrevista da internet e uma indenização de R$ 20 mil por danos morais sob ao argumento de que Martinho da Vila teria ferido sua honra. Em sua defesa, citou uma suposta frase atribuída ao ator Morgan Freeman em que o artista descartaria a importância de uma consciência negra – ou branca, ou amarela – em favor de uma consciência humana capaz de acabar com o racismo.